terça-feira, 23 de outubro de 2012

Litoral Encena







Nesse fim de semana do dia 21 de outubro, o Coletivo foi em direção á serra do Mar , agora para apresentar o Catação de Histórias na cidade de Santa Branca e Jambeiro. Participamos da programação do Litoral Encena, que é um dos mais importantes festivais  do Brasil voltados para grupos de Rua , teatro de Bonecos  e Objetos Animados e espetáculos teatrais que se apropriam de técnicas circenses. Realizado pela FUNDACC em parceria com a Abaçaí Cultura e Arte, o Litoral Encena trouxe para Caraguá, e mais doze municípios do entorno, 130 apresentações. E nós estávamos lá!

No domingo conseguimos descer até Caraguatatuba pra prestigiar o grupo Galpão de Belo Horizonte   e também o Grupo Teatral Athos de Batatais. Aproveitando também  pra ver e o grandioso Mar.
O Coletivo agradece Sarkis da secretaria de cultura de Santa Branca e ao Neo, técnico de som que nos deram total apoio pra nossa apresentação ter público e som!!!
E ao pessoal de Jambeiro: Darlene e Rogério da Secretaria de Educação, Lau da secretaria de Cultura e Marcela da escola EMEF Maria Olímpia Vieira.
E é claro, as inomináveis forças da natureza que nos trouxe um Sol lindo pras duas apresentações!   

               

sábado, 20 de outubro de 2012

Pé na estrada!

E na semana passada, o Coletivo Onírico pegou a Via Anhanguera com
destino a Jaú! Na véspera de feriado, a rodovia cheia, não impediu que
nós chegássemos ao nosso destino: a terra de Hilda Hist! Quem nos recebeu lá, foi a Carol Panini, da Bendita Produtora, responsável por nos incluir na programação do SESI durante o “Recreança”. Mesmo a chuva fina não espantou o público, que super receptivo acompanhou nossa apresentação com muita empolgação.
No dia seguinte mais estrada: fomos pra cidade de Dois Córregos, apresentar no Teatro de lá ( e tomar um delicioso sorvete de macadâmia!)
O Coletivo agradece a Carol, Adélio e os ilustríssimos filhotes Margot e Toninho!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A quem pertence o espaço público?

 


A quem pertence o espaço público? Dia 29 de setembro de 2012, o Coletivo Onírico saiu às ruas da cidade de Campinas, nas imediações da Praça Carlos Gomes no centro, para promover sua 5° intervenção urbana.

Durante 50 minutos, o cruzamento da rua Irmã Serafina com a General Osório, foi redesenhado pelos performes oníricos, que transformavam esse meridiano ( a praça divide o bairro nobre Cambuí, do centro da cidade) em palco para suas provocações e afetações. Os conceitos/provocações “Higienização das Ruas” e “Lei que proíbe o artista de rua” foram transformados em imagens, ações e discursos.

Cada vez mais, a geografia do poder tem demarcado seu território e consolidado sua hegemonia em espaços públicos. Este processo, conhecido como gentrificação ou enobrecimento, trata da retirada das populações de baixa renda de determinadas regiões da cidade, na tentativa de melhoria de sua imagem. Na maioria das vezes, tais ações são realizadas de maneira violenta e coercitiva, ferindo os direitos humanos e legitimando  o pensamento onde “para eliminar a pobreza é preciso eliminar o pobre”.

Nesse mesmo segmento, esta a adesão das prefeituras pela lei que proíbe o artista de rua, ou que burocratiza o processo de liberação (ou não) dos espaços para suas apresentações. A má compreensão da cultura e da arte, faz com que artistas de rua sejam confundidos como, pedintes, bandidos, entre outros. Na verdade, essa lei é mais um aparato do estado, do jogo do poder, para eliminar a marginalidade das ruas, esconder e isolar os problemas sociais e de lambuja, acabar com qualquer manifestação cultural artística, critica e libertária que perturbe ou questione o espaço urbano.

Nossa ação performática, foi dividida em 3 células:

Célula 01 – Chegada das figuras oprimidas: Moça Pedinte (Lis Nasser) e Mágico do Sinal (Henrique Dutra). Ação: esmolar e encantar. Travar uma relação com os motoristas e passantes, conseguir foco para o desenvolvimento da ação porvir.

 
  

Célula 02 – Entrada do Coro das Mulheres Ricas: ( Ana Paula Piunti, Dolores Assariti e Maria Clara Teixeira). Ação: horrorizar, chocar. Discursar sobre a pobreza, exigir que se limpe a urbe.

  
                                   
     
                                      

 
Célula 03 – Limpeza da urbe: Intervenção dos Agentes de Limpeza ( Flávia Machado e Gustavo Schiezaro). Ação: Limpar os pobres e artistas de rua.



As intervenções urbanas como pesquisa de linguagem fazem parte da dinâmica dos processos criativos do Coletivo Onírico. Assim como nós, uma série de outros grupos/artistas e outros representantes da sociedade civil utilizam a rua não somente como lugar de passagem, mas também como plataforma para outras ações. Entretanto, os interesses do capital se sobrepõem a esses fatores e principalmente as questões humanitárias, conforme nos aponta Giorgetti:


Esse tipo de atitude é uma conseqüência direta do predomínio dos interesses privados sobre tudo o que é coletivo. Trata-se da negação dos sentimentos de solidariedade e de respeito. Na sua forma absoluta, constitui a eliminação total do outro e de tudo o que ele contém de diferente, pelo recurso à violência; é o não-reconhecimento da sua existência e de seus direitos. Defini-se, sobretudo, por seu alto grau de radicalismo: os adeptos desse tipo de comportamento querem a eliminação a qualquer custo daquele(s) que, transformando o espaço público em moradia, destrói (em) a harmonia natural da cidade, sujando, enfeando e contaminando tais espaços com todo tipo de doença.
(GIORGETTI, 2006:85)









 
      
Ir e Vir
Vir
Ver
Não ver
Não querer ver
Ver
Ser
Não querer ser
Não querer esse ser!
Linha que corta o centro do bairro Nobre
Nobre
Enobrecimento do espaço público
Enobre(cimento)
Cimento no espaço público
Cinzento no espaço público
Sem cores do lenço do Mágico
Tudo cinza
Sem pedinte suja...
....cinzuda, cinzerela, cinderela...
Mas e ela? Cadê o espaço dela?
Tudo cinza.
Tudo clean
 

O Coletivo agradece a todos os nossos colaboradores performes já citados no texto, e ao Nê, colaborador autor das fotos aqui publicadas.
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


- GIORGETTI, Camila. Moradores de rua: uma questão social? São Paulo. Editora PUC.2006.p.07-292. 
 
 
Texto: Henrique Dutra
Fotos: Neander Heringer.